Lula com comandantes militares no Desfile do Dia da Independência – Ricardo Stuckert/Fotos Públicas. 

Por Ana Penido, Ananias Oliveira, Carla Teixeira, Jorge Rodrigues, Pollyana Andrade, Suzeley Mathias e Rodrigo Lentz

Depois da ampla adesão de oficiais das Forças Armadas ao governo Bolsonaro, a apertada derrota eleitoral em outubro de 2022 acentuou a relação de antagonismo das Forças Armadas (FA) com a coalizão democrática que saiu vencedora. Mais do que isso, saltitavam evidências de insubordinação da cúpula militar ao resultado eleitoral e ao novo governo, contribuindo para o clima de conspiração para um golpe de Estado.

O 8 de Janeiro (8J) sepultou as dúvidas quanto à participação de generais e coronéis na intentona bolsonarista, tornando o cenário mais tenso e incerto. Por isso, além da área econômica e do Congresso, a relação com os militares completava os três principais desafios domésticos do primeiro ano de governo.

Passado um ano, o quadro é outro: comandantes das três forças fazem demonstrações de subordinação e obediência a Lula, que é recebido como comandante-em-chefe em almoços e solenidades militares nos quartéis. Além disso, o perfil do militar “apolítico” e estritamente “cumpridor de suas missões constitucionais” é exaltado pelos comandantes, com gestos públicos de desmobilização política da caserna. Nenhuma unidade militar se sublevou.

Por outro lado, o governo tem recebido diversas críticas. Ao optar pelo apaziguamento via capitulação com o generalato, preservando espaços de poder os militares no Estado, teria perdido uma oportunidade histórica de adoção de medidas que melhorassem a correlação de forças visando abrir caminho para reformas na relação com os militares. Com a imagem comprometida por escândalos de corrupção envolvendo altos oficiais durante o governo Bolsonaro e na tentativa de golpe, as Forças Armadas estariam em sua situação mais frágil desde 1985, quando tombou por acordo a ditadura dos generais.

Afinal, os militares de fato deixaram de ser uma ameaça ao governo e à democracia? Como está essa correlação de forças? E quais as consequências de médio prazo dessa relação na disputa pelo poder político para o campo progressista no Brasil? É com essas inquietações que, após um ano do 8 de janeiro, apresentamos esta breve análise.

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