N° 03/20

Fundamentalismo

O debate sobre manter ou não as igrejas fechadas continua. Ainda que por aqui as respostas dadas pelo governo federal sobre a pandemia se mantenham contraditórias e sem respaldo científico, a defesa da abertura das igrejas parece não aprofundar um debate importante do problema: os riscos do contágio. Pastores estão justificando a necessidade de abertura comparando a necessidade das igrejas com a dos hospitais – para pastores e fiéis a fé tem um papel fundamental em momentos de crise, e a manutenção da igreja fechada prejudicaria a população que, em sua maioria, tem uma religião. Esse entendimento pressupõe que a igreja é um pronto socorro da população e, portanto, deve reabrir.

Enquanto as informações não chegam de forma confiável, alguns pastores continuam vendendo curas milagrosas. Porém, após o pastor Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, ter divulgado um vídeo vendendo feijões para a cura do Covid 19 pelos valores de R$100 a R$1000, o Ministério Público Federal (MPF) condenou a ação e o pastor pode ser obrigado a pagar uma indenização no valor de R$ 300 mil.

Na Ceilândia, bairro periférico de Brasília, pastores se vestiram de policiais para abordarem possíveis usuários de drogas e forçarem uma internação. Além do ato ser considerado crime pelo artigo 45 e 46 das lei de contravenções penais, testemunhas afirmam que as ações criaram constrangimento nas pessoas abordadas. Apesar disso, e do fato de não terem nenhuma ação judicial ou laudo médico para proporem as internações, a polícia militar do Distrito Federal continua a ignorar a ação dos pastores que acontece há quase 10 anos.

O deputado federal e pastor Marco Feliciano (Republicanos) trava sua guerra contra o “mal”. Para o pastor, a fé cristã e a família são as últimas fronteiras contra o comunismo: “O movimento comunista internacional não dá trégua. Agora com o nome de Antifas (antifascistas) estão realizando verdadeiros atos terrorista (sic) ao queimar Bíblias publicamente nos Estados Unidos. Eles sabem que a fé cristã e a família são o último bastião contra o comunismo ateu que encontra solo fértil entre desajustados financiados pelo globalismo de George Soros e seus asseclas”, pontuou o deputado federal.

Enquanto Feliciano prega contra um suposto comunismo que está avançando mundialmente, pastores como ele desprezaram as 100 mil mortes por Covid-19. O teólogo Ronilso Pacheco fez uma busca nas redes sociais de pastores que estiveram com Bolsonaro na Páscoa e outros tantos apoiadores do presidente. Em nenhum momento, ninguém se manifestou sobre as mais de 100 mil mortes no Brasil. Em contrapartida, diversos evangélicos progressistas atacados pelos grupos conservadores se manifestaram e se solidarizaram, expressando dor e luto pelas perdas.

 

Governo Bolsonaro

O Ministério Público Federal arquivou acusação contra o Pastor Silas Malafaia por ter defendido que as Forças Armadas intervissem militarmente. Para o MPF, Malafaia não é um risco para a democracia e não tem tanta influência no governo (no entanto, sabe-se dos encontros frequentes entre o porta-voz do fundamentalismo religioso e o presidente).

A Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, nome forte do governo Bolsonaro, causou revolta ao excluir famílias LGBTQIA+ ao lançar o Programa Município Amigo da Família. No anúncio do programa, mostra-se apenas um tipo de família, composta por mãe, pai e filhos. A Secretária do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, a católica Angela Gandra, alegou que não incluíram famílias homoafetivas por não serem numericamente representativas.

 

Teologia do domínio

O projeto de poder das grandes denominações religiosas segue em curso. Há menos de três meses das eleições, pré-candidatos a prefeito do Rio de Janeiro, como o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), o vereador Paulo Messina (MDB), os deputados federais Otoni de Paula (PSC) e Clarissa Garotinho (PROS) e a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB) já iniciaram a disputa nas redes sociais. Crivella e Paes têm se atacado mutuamente. A disputa não interessa somente aos políticos; por trás das principais candidaturas estão duas das maiores denominações evangélicas – IURD e Assembleia de Deus.

A bancada evangélica tem cumprido a sua tarefa de atuar em benefício e interesse próprio. O líder da bancada, Silas Câmara (Republicanos-AM), propôs uma emenda que isenta as igrejas de cobranças em remessas financeiras para o exterior e também nas atividades fora dos templos. Outro ponto seria para livrar as organizações religiosas da contribuição previdenciária.

Continua o debate no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre punição ao abuso de poder religioso em relação às eleições, proposto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) e grupos cristãos, contrários à proposta, argumentam que se trata de um ato antidemocrática e uma perseguição aos evangélicos. Em reunião reservada com o ministro, deputados da Frente Parlamentar Evangélica alegaram que incluir o abuso de poder religioso como motivo para a cassação de políticos é “ativismo judicial”. Os ministros do TSE estão divididos sobre o assunto e consideram o tema delicado, especialmente porque a legislação atual não prevê esse tipo de sanção. Atualmente, a punição ocorre por abuso de poder político, econômico e pelo uso indevido dos meios de comunicação.

Ilona Becskehazy foi demitida do Ministério da Educação. Becskehazy, que é ligada à Fundação Lemann e tida como uma pessoa “mais progressista”, era Secretária Nacional de Educação Básica, o que levou o ministro Milton Ribeiro a ser pressionado por parlamentares da bancada evangélica. Vale lembrar que o próprio ministro da Educação é visto com ressalvas por parlamentares evangélicos. Uma das principais lideranças da bancada, o deputado Sóstenes Cavalcante, comentou que “os presbiterianos são os mais progressistas entre os evangélicos. E [Ribeiro] vindo do Mackenzie fico com um ‘pé atrás’. Mas eu quero o bem do Brasil e do governo, estou na torcida para que o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, retire a educação dos últimos lugares que a esquerda deixou”.

Reportagem da Agência Pública desvendou o site Pleno.news, nova cara de uma das maiores empresas de mídia evangélica (Grupo MK). O portal, que pertence à família do senador Arolde de Oliveira (PSD), tem se especializado em disseminar notícias falsas vinculadas às agendas conservadoras dos evangélicos no poder. Arolde é abertamente apoiador do governo Bolsonaro e tem usado o site para fazer propagandas ao governo, muitas vezes vinculando fake news para alcançar seus objetivos. O Grupo MK presta serviço a diversos parlamentares, entre eles, Flávio Bolsonaro. Para o coletivo Bereia – que checa as notícias disseminadas pelo mundo evangélico – o portal Pleno.news é repleto de falsas notícias, desinformações, conteúdos enganosos e imprecisos.

IURD

O bispo Edir Macedo tem se defendido publicamente em relação aos templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IUDR) que estão sendo investigados sob acusação de fraude fiscal e outros crimes em Angola. Um dos métodos utilizados por Macedo é amaldiçoar pastores e família angolanas. A secretária-geral do Conselho das Igrejas Cristãs em Angola, reverenda Deolinda Dorcas Teca, critica à postura do bispo brasileiro e afirma que ao amaldiçoar as lideranças religiosas, Edir Macedo deixa evidente que sua preocupação é por conta das perdas materiais, já que a Bíblia afirma que ninguém deve amaldiçoar o próximo, e sim abençoar.

 

Intolerância religiosa

Judeus enxergaram com desrespeito o uso da bandeira de Israel por narcotraficantes do Rio de Janeiro ligados às igrejas evangélicas e que têm praticado intolerância religiosa, como a destruição de um terreiro de umbanda e de uma imagem de uma santa. Eles disseram que a bandeira é usada indevidamente em apoio à Bolsonaro, dado suas posições antidemocráticas, e que o silêncio do presidente em relação a esse uso pode ser considerado uma blasfêmia

Um caso de racismo fez com que a mãe perdesse temporariamente a guarda da filha. A avó evangélica da adolescente acionou o conselho tutelar pelo fato da neta ter sido batizada em um terreiro. Ela alegou que a adolescente sofria maus tratos. No entanto, não houve nada que comprovasse a denúncia. A mãe acabou recuperando a guarda da filha após uma decisão da justiça de Araçatuba (SP), que determinou a imediata restituição da guarda da adolescente de 12 anos.

O governo federal não apenas ignora os inúmeros casos de intolerância religiosa como reforça o preconceito ao retirar a obra clássica dos Orixás do Palácio do Planalto. A remoção do quadro é considerada um ataque às religiões negras e um claro exemplo de racismo e intolerância religiosa por parte de Jair e Michelle Bolsonaro.

Porém, a intolerância religiosa não tem sido praticada apenas pelos setores conservadoras. A evangélica e deputada federal Benedita da Silva (PT) chamou a atenção para que a esquerda aprenda a ouvir mais os evangélicos. “Existe uma intolerância dos partidos de esquerda em relação às igrejas e uma intolerância das igrejas com os partidos de esquerda. Então ficou um de um lado e o outro de outro. Chegou a direita e foi minando os espaços e foi passando sua mensagem, de mensagem evangelística para uma mensagem política, e uma política da qual os membros de sua igreja passam a acreditar pela fé de que o messias que a gente está esperando voltar, é aquele que o pastor escolheu para ser seu candidato”.

 

Crimes

O pastor da Assembleia de Deus Sérgio Gomes, de 43 anos, foi preso por suspeita de estuprar uma menina de 9 anos. De acordo com as informações da TV Band, o caso aconteceu em Taboão da Serra (SP) e o abuso teria acontecido dentro da igreja.

A pastora e deputada Federal Flordelis dos Santos foi acusada de ordenar que os filhos matassem Anderson do Carmo, de 42 anos, marido da deputada. Segundo as investigações, a deputada tinha o desejo de se separar do marido, porém isso não seria possível pelo fato dela ser cristão. Flordelis e Anderson do Carmo estavam em disputa pela igreja fundada por ambos. Anderson recebeu 30 disparos na garagem de sua casa após chegar com a esposa de um evento religioso em junho de 2019. Cinco filhas do casal foram presas. A defesa nega as acusações.

O pastor Everaldo, que batizou o católico Bolsonaro nas águas do Rio Jordão no mesmo dia que o Senado Federal abriu o processo de impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, foi preso acusado pelo Ministério Público Federal de participar de uma organização criminosa, comandada pelo governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, que desviava recursos públicos da saúde em meio à pandemia. Everaldo é líder do Partido Social Cristão (PSC).

 

Gênero, direito ao aborto e violência sexual

No mês de agosto veio à tona o caso da criança de 10 anos que faria um aborto legal após ter sido sistematicamente estuprado por um tio. Durante o operatório, católicos e evangélicos realizaram um protesto em frente ao hospital em que a menina estava internada e a chamaram de “assassina”. Na sequência, destacamos alguns assuntos relacionados ao caso.

O pastor Silas Malafaia publicou um vídeo em suas redes sociais sobre o episódio. Na gravação, ele condenou o procedimento, defendeu a castração de estupradores e criticou as feministas. “Pior que estupro é o assassinato de um indefeso”, afirmou o pastor que se diz defensor da vida. Parlamentares evangélicos, como os deputados estaduais Joel da Harpa (PP) e Clarissa Tércio (PSC), também condenaram a atitude da criança.

Porém, outra questão do caso ainda precisa ser respondida. O Ministério Público Federal suspeita que assessores da ministra Damares tenham vazado os dados sobre a criança estuprada (que estava sob sigilo). Os assessores tiveram acesso às informações e há sérias suspeitas que o nome da menina tenha sido vazado a Sara Winter a pedido da própria ministra.

A IURD não se manifestou sobre o caso. Em outras ocasiões, Edir Macedo já deu declarações em favor do aborto, defendendo que essa é uma escolha individual. Seguramente, a IURD tem se calado na defesa pelo direito ao aborto por questões políticas, já que o tema é central na agenda política conservadora.

Sabemos – e defendemos – que nem só de fundamentalismos vive o mundo evangélico. O caso da criança violentada e constrangida publicamente por conta do aborto gerou debates incansáveis de grupos evangélicos e cristãos sobre a necessidade urgente de enfrentamento do fundamentalismo religioso, que coloca as mulheres como as principais vítimas das equivocadas leituras desse campo religioso que ocupa as diversas esferas de poder. Enfrentar o fundamentalismo religioso é confrontar um projeto de poder que mantém as relações hierárquicas como estão, principalmente no que diz respeito ao corpo das mulheres. Para a jornalista Giulliana Bianconni, “fanatismos não podem ser colocados, de forma genérica, na conta da fé. É hora de passar a limpo conceitos, identificar quem é quem no tabuleiro religioso. Grupos religiosos que nobremente se autointitulam pró-vida são grupos de pessoas antidireitos. Desde os anos 90, vêm construindo alianças políticas e tornando mais robusta a sua influência na sociedade”.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a cientista social e evangélica Simony dos Anjos afirma que a Igreja não pode interferir nas políticas públicas. “A questão do aborto tem duas dimensões, uma pessoal e uma pública. A pessoal é difícil a gente emitir opiniões, porque as pessoas pensam de maneira diversa, inclusive, as mulheres que por algum momento passam por uma interrupção voluntária da gravidez têm motivações pessoais para passar por isso e as que não concordam também. Mas quando a gente trata de políticas públicas de saúde para as mulheres, a gente tem que ver que o aborto é questão de saúde pública”, afirmou. Evangélicas afirmam que enquanto não houver a defesa do corpo dessas mulheres, o tema do aborto será uma luta. “A gente defende educação sexual para decidir, contraceptivos para prevenir e aborto legal e seguro para não morrer”, completa Simony. Afirmam ainda que não há nada na Bíblia contra ou a favor do aborto.

O pastor Henrique Vieira, da Igreja Batista do Caminho, também se manifestou a favor do direito ao aborto e publicou um vídeo em suas redes sociais criticando a pressão das igrejas contra o aborto legal. Vieira afirmou que esse movimento é fruto de um fundamentalismo que não tem compromisso com a vida

A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito condenou protestos de religiosos e políticos no Hospital onde o procedimento foi realizado. A Frente condena o “oportunismo” de parlamentares que hostilizaram a criança, os familiares e os profissionais de saúde.

Além dos debates e das manifestações, grupos de mulheres de diversas religiões, feministas e indígenas motivadas pela luta contra as atrocidades do fundamentalismo, lançaram a campanha Tire os Fundamentalismos do Caminho Pela Vida das Mulheres. Elas compreendem que este fundamentalismo religioso alcançou as esferas mais altas de poder, e têm projeto político de raízes coloniais que destrói diversidade cultural e subjuga mulheres. “Para fazer o contraponto e levar para a sociedade o debate de como é nociva a ação do fundamentalismo, a campanha firma uma aliança histórica entre entidades e movimentos feministas, de luta por liberdade e pela democracia, para mostrar os riscos do projeto de morte desta ideologia para a vida de meninas e mulheres, que temos nossos corpos usados como plataforma política por estes setores. Para eles, os fundamentalistas, nossas experiências não importam. Seu discurso tem como fundamento a ideia de que a vida de nós mulheres não têm valor: só valem quando sacrificadas, o que é a medida mesma do seu desvalor.”

 

Contranarrativas

Alguns coletivos de base evangélica tem se colocado a tarefa de construir contranarrativas progressistas disputando espaços institucionais, ocupados majoritariamente por conservadores. A candidatura evangélica pelo novo partido de esquerda Unidade Popular se coloca no desafio dessa construção. Nesse mesmo caminho, reportagem vinculada ao jornal Folha de São Paulo trouxe informações sobre a Bancada Evangélica Popular e suas principais pautas para inserção de candidaturas evangélicas no Congresso. Destaca-se a luta contra as desigualdades sociais, aos direitos das mulheres e LGBTs e as lutas antirracistas.

Grupo social de mulheres evangélicas de cerca de 70 coletivos entraram na justiça contra o clipe da cantora Cassiane, que traz uma mensagem criminosa sobre a violência doméstica vivida pela mulher (no clipe, uma mulher sofre diversos tipos de abuso pelo marido que se regenera a partir da Bíblia). O clipe soa enquanto um desserviço às recomendações contra a violência doméstica, como a necessidade de denunciar o agressor. “Há pesquisas que apontam que mulheres negras são mais atingidas pela violência doméstica. Em contrapartida, dentro das igrejas evangélicas, principalmente as pentecostais e neopentecostais, o público é predominantemente de mulheres negras. Então, temos que trazer esses entendimentos [feministas] para as nossas irmãs”, defende Elisabete Pereira, liderança do movimento de mulheres evangélicas.

A jornalista Magali Cunha tem desempenhado um papel importante nos meios de comunicação, desconstruindo a visão limitada de que os evangélicos são, necessariamente, conservadores e antidemocráticos. Ela aponta que a ligação dos religiosos com o atual governo não é unanimidade entre os cristãos, e identifica diversas manifestações em curso pela vida e contra a morte propagada por esse governo, como cartas e manifestos. Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, também faz a defesa contra a generalização dos evangélicos. “Nem todo evangélico tem a cabeça do Silas Malafaia. Temos um bom diálogo com as diferentes denominações religiosas da cidade, como pastores da comunidade cristã da Zona Leste, da Igreja Batista e da Igreja Católica, e figuras como os padres Julio Lancellotti e Paulo Bezerra, o pastor Levi Araujo, frei Betto e frei Leonardo Boff estão apoiando nossa pré-candidatura”.

Ainda que timidamente, evangélicos progressistas estão ampliando seus espaços de atuação e de visibilidade, não sem enfrentar a resistência dos conservadores. Os pastores Kenner Terra e Usiel Carneiro trazem a necessidade de desconstruir leituras equivocadas sobre o termo progressista. Segundo a reportagem, a expressão “progressistas” passou a ser demonizada e usada como instrumento de ataques pouco acurados. Por ser um termo escorregadio e dificilmente delineável, pode significar qualquer coisa. Um exemplo dessa imprecisão está na definição proposta por Franklin Ferreira. Segundo o professor, “o epíteto ‘progressista’ se aplica a quem repudia a Bíblia como Palavra de Deus, não crê na trindade, desconsidera a salvação pela graça, rejeita a possibilidade da ação sobrenatural etc”. No entanto, Terra e Carneiro afirmaram “que a postura progressista não fere as Escrituras, preserva o senso de dever cristão e a dependência da Graça Divina. Na experiência de ampliar o espaço de reflexão da fé com a vida, seus desafios sociais e existenciais, temos confirmado, dia a dia, a grandiosidade do Evangelho, a centralidade de Cristo e a indispensabilidade do Espírito Santo. Qualquer definição que desconsidere isso não passará de generalização ou falsidade teológica.”