Sexta edição da Resg debaterá as transformações no mundo do trabalho
A 6° edição da Revista Estudos do Sul Global buscará reunir contribuições que problematizam mudanças no mundo trabalho, investigando suas causas estruturais, seus efeitos sociais, as formas de resistência e as possibilidades de construção de um trabalho digno e justo.
As transformações recentes no mundo do trabalho estão profundamente conectadas às dinâmicas do capitalismo em sua fase atual, marcada pela financeirização, avanço das tecnologias digitais e intensificação da precarização e mudanças climáticas. A disseminação de plataformas digitais, o trabalho sob demanda, a desregulamentação e retirada de direitos e a reconfiguração das relações laborais refletem um modelo de acumulação centrado na flexibilidade do trabalho para alçar a maximização dos lucros. Tais mudanças impactam diretamente as condições de vida e de luta dos trabalhadores, exigindo novas formas de organização, resistência e análise crítica.
Neste sentido, a sexta edição da Revista Estudos do Sul Global (Resg) traz como tema central as Mudanças no mundo do trabalho, onde buscará reunir contribuições que problematizam essas transformações, investigando suas causas estruturais, seus efeitos sociais, as formas de resistência e as possibilidades de construção de um trabalho digno e justo.
Portanto, para a sexta edição da Resg, a comissão editorial da Revista propõe os seguintes eixos de trabalho:
Proposta de eixos
1. Regulação do trabalho, retirada de direitos e crescimento da extrema direita
Este eixo se dedica à análise crítica da regulação do trabalho, com foco no avanço sobre a retirada de direitos em uma conjuntura de crise do capitalismo. Discutimos como o crescimento das políticas de austeridade e a intensificação das políticas neoliberais são implementadas como resposta a essa crise, impactando ainda mais a vida dos trabalhadores. Um aspecto crucial é a relação com o crescimento da extrema direita, que frequentemente alinha sua agenda à desregulamentação do trabalho e à diminuição da proteção social, exacerbando as perdas de direitos. Observamos as perdas de direitos em um cenário de flexibilização e desregulamentação, buscando compreender as causas estruturais e os efeitos sociais dessas dinâmicas sobre as condições de vida e de luta dos trabalhadores.
2. Tecnologia, plataformização, precarização e desigualdades estruturais no trabalho global
Este eixo explora como a proliferação das tecnologias digitais e a plataformização estão remodelando fundamentalmente o mundo do trabalho, gerando novas formas de trabalho sob demanda e reconfigurando as relações laborais. Investigamos as diferentes faces da precarização do trabalho, com um destaque para a análise global a partir do estudo das cadeias globais de valor, que revelam a complexidade das relações de produção e distribuição em escala mundial. Abordamos a superexploração e a realidade da imigração e migração forçada por condições laborais, que muitas vezes levam a situações de vulnerabilidade extrema. Um ponto central é o aprofundamento das desigualdades estruturais no trabalho, especialmente aquelas baseadas em raça, gênero e idade, que perpetuam a vulnerabilidade de determinados grupos. Também incluímos o trabalho de reprodução e cuidados, que muitas vezes são invisibilizados e precarizados, revelando a dimensão dessas desigualdades.
3. Crise climática e o futuro do trabalho
Emergente e de crescente relevância, este eixo explora o impacto das mudanças climáticas no mundo do trabalho. Analisam-se como eventos climáticos extremos, a transição para uma economia verde e as políticas de sustentabilidade afetam setores produtivos, empregos e as condições de vida de trabalhadores em todo o mundo. A urgência de repensar modelos de produção e consumo se entrelaça com a necessidade de garantir uma transição justa que não penalize os trabalhadores mais vulneráveis, mas que, ao invés disso, crie novas oportunidades e garanta a segurança social e econômica diante dos desafios ambientais.
4. Resistência, novas organizações e ações contra-hegemônicas
Este eixo agrupa as tecnologias sociais e as experiências contra-hegemônicas, destacando seu papel na construção de alternativas ao modelo dominante. Ele também abrange a sindicalização e novas formas de resistência, examinando como os trabalhadores se organizam e se mobilizam para enfrentar a precarização e lutar por melhores condições. O foco está nas conquistas de direitos e na reorganização dos sindicatos, incluindo pautas essenciais como a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1. Essas lutas são cruciais não apenas para avanços laborais, mas também para garantir o controle do tempo pelo trabalhador, permitindo o desenvolvimento de outras áreas da vida, como lazer, formação, cuidado e participação social, essenciais para uma existência digna e plena.
Prazo para submissão: até 20/08/2025
Condições para submissão
- Os artigos devem ter entre 15 e 20 páginas e as resenhas de 3 e 5 páginas, incluindo as referências bibliográficas e as notas de rodapé. Devem ser assinados pelos autores com uma breve biografia.
- Os artigos devem conter resumo (em português) que não ultrapassem 150 palavras cada, com indicação de três palavras-chave.
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- As menções a autores, no correr do texto, devem subordinar-se à forma (Autor, data) ou (Autor, data, p.). Diferentes títulos do mesmo autor, publicados no mesmo ano, deverão ser diferenciados adicionando-se uma letra depois da data.
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