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Próxima edição da Resg debaterá a crise do capitalismo e os desafios da classe trabalhadora

Diante da necessidade de compreendermos a crise do capitalismo e as transformações que ela implica na sociedade, a Resg abre uma série de edições para refletir sobre as mudanças do capitalismo no século XXI.

O mundo está vivendo um profundo processo de transformação e de reorganização do capitalismo global, marcado pelo deslocamento das capacidades industriais, científicas e tecnológicas desde o velho Norte desenvolvido para o novo Sul emergente e, simultaneamente, desde Ocidente para Oriente, tendo como epicentro a China e grande parte da Ásia. O fortalecimento da ultradireita em âmbito mundial é uma expressão social e política da crise do modo de produção capitalista que estamos vivendo atualmente, sobretudo com a ameaça da hegemonia mundial unipolar estadunidense. Além disso, o aumento da desigualdade, tanto entre países quanto no interior deles, é algo marcante em nossa época. Esse cenário atual é fruto de um processo de transformação do capitalismo que remonta à segunda metade do século XX.

A partir da primeira metade da década de 1970, a possibilidade de “estagflação” nos EUA e Europa fez com que o mundo capitalista colocasse em movimento um conjunto de processos que iniciam o enfrentamento ao fordismo. A era que se iniciou desde então, ou seja, o Pós-Fordismo, Acumulação Flexível ou Reestruturação Produtiva, impôs uma tendência que flexibiliza os processos de trabalho e as formas contratuais, com importante reestruturação do mercado de trabalho.

O início do neoliberalismo – após o golpe contra o governo da Unidade Popular no Chile, em 1973, com a eleição de Margaret Thatcher e Ronald Reagan em fins dos anos 1970 e início dos 1980 e o Consenso de Washington – abriu um processo de acumulação de capital, com protagonismo do capital financeiro desregulamentado e com o universo orgânico dos trabalhadores num franco processo de atomização, com consequências importantes no aumento da exploração e da retirada de direitos sociais dos trabalhadores

Apesar do impacto devastador que teve sobre o nível de emprego e padrões salariais dos trabalhadores, as políticas neoliberais seguiram como vetor orientador da economia política e seus efeitos provocam, atualmente, uma importante reconfiguração no padrão das classes sociais, deslocando os trabalhadores do chão de fábrica para o comércio, telemarketing, uberização, pejotização, trabalho informal, contrato zero hora e desemprego. Ou seja, vivemos a precarização estrutural do mundo do trabalho, ancorado na digitalização, criando uma nova morfologia da classe trabalhadora e um esvaziamento dos espaços de luta tradicionais. Parte significativa da classe mais empobrecida segue sendo capturada pelas igrejas evangélicas, principalmente neopentecostais, e pelo crime organizado.

Além da precariedade do trabalho e da renda social precária, lhes falta uma identidade baseada no trabalho. Quando empregados, estão em trabalhos sem carreira, sem tradições de memória social, sem um sentimento de pertença a uma comunidade imersa em práticas estáveis, códigos de ética e normas de comportamento, reciprocidade e fraternidade.

Diante da necessidade de compreendermos a crise do capitalismo global e as transformações que ela implica nos diversos âmbitos da sociedade, a Revista Estudos do Sul Global (Resg) abre uma série de edições para a reflexão em torno das Mudanças do capitalismo global no século XXI. Tal temática será explorada nos próximos 4 números da Resg, cada uma delas dedicada a uma parte, constitutiva dessa totalidade, organizada da seguinte maneira:

n° 5 – Crise global do capitalismo e os desafios da classe trabalhadora

n° 6 – Mudanças no mundo do trabalho

n° 7 – Cultura política e indústria cultural

n° 8 – Crise climática e geopolítica

Para a quinta edição, Crise global do capitalismo e os desafios da classe trabalhadora, a comissão editorial da Resg propõe os seguintes eixos de trabalho:

– Contradições do capitalismo atual – fundamentos, crise e desafios

– Ciclos econômicos e a crise financeira:  a questão da crise deslocamento capacidade produtiva e das finanças

– Crise do capitalismo e desigualdade social, mudanças na forma de exploração e acumulação

– Crise/questão ecológica sob a ótica capitalista

– Neoliberalismo em questão: a democracia em xeque (fundamentos econômicos e pressões)

– Questão cultural – tecnologias de informação e comunicação, impactos subjetivos na formação de consciência

Prazo para submissão: até 15/01/2025

Condições para submissão

  1. Os artigos devem ter entre 15 e 20 páginas e as resenhas de 3 e 5 páginas, incluindo as referências bibliográficas e as notas de rodapé. Devem ser assinados pelos autores com uma breve biografia.
  2. Os artigos devem conter resumo (em português) que não ultrapassem 150 palavras cada, com indicação de três palavras-chave.
  3. Os artigos e resumos devem ser enviados para o e-mail: [email protected] em arquivo de texto em formato padrão para PC (editor de texto, tipo Word e LibreOffice), fonte Times New Roman, tamanho 12, entrelinha 1,5. Utilizar negrito e maiúsculas para o título principal, negrito e minúsculas para subtítulo, negrito e maiúsculas e minúsculas nos subtítulos das seções. Para ênfase ou destaque, no interior do texto, utilizar apenas itálico. Para citações com mais de três linhas utilizar fonte Times New Roman, tamanho 11, espaçamento simples e recuo de 4cm à esquerda.
  4. As menções a autores, no correr do texto, devem subordinar-se à forma (Autor, data) ou (Autor, data, p.). Diferentes títulos do mesmo autor, publicados no mesmo ano, deverão ser diferenciados adicionando-se uma letra depois da data.
  5. As Referências Bibliográficas devem conter exclusivamente os autores e textos citados no trabalho e ser apresentadas ao final do texto, em ordem alfabética, obedecendo às normas atualizadas da ABNT.
  6. As notas de rodapé deverão ser numeradas, apresentadas em fonte Times New Roman, tamanho 10 e espaçamento simples.
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