Pesquisa sobre os Evangélicos e a Política

As resistências continuam gritando contra os abusos do desgoverno Bolsonaro, entre eles os evangélicos. Entre os protestos contra o governo, Samuel Oliveira, integrante da Bancada Evangélica Popular, disse: “Os evangélicos não são capachos do Bolsonaro (…). Não somos um único bloco, somos muitos”.

 

N° 10/2021

 

Outubro, mês da Reforma Protestante, e a discussão sobre um ministro “terrivelmente evangélico” no STF continua. O legado do Estado Laico não é um “valor cristão” para muitos fundamentalistas. Apenas 29% dos evangélicos consideram o atual governo como ótimo ou bom, um dos menores índices até agora; entretanto, a crítica e fragilidade de Bolsonaro neste momento ainda não fortalece a intenção de votos em Lula.

 

Fundamentalismo

Sempre reforçamos aqui que o fenômeno do fundamentalismo tem várias faces, como o objetivo de aniquilar toda forma de pensamento e interpretação diversa sobre a realidade ou sobre a fé. Um exemplo é a luta dos povos indígenas, que vem sendo sistematicamente atacada no Brasil de teocracia cristã. O último acontecimento está ligado à decisão do Juiz Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) de que, devido à pandemia, as missões religiosas não podem entrar em terras indígenas, sejam os povos isolados ou de recente contato. A reação de setores evangélicos, como a bancada evangélica e Anajure (Associação Nacional dos Juristas Evangélicos), não é nada surpreendente. Eles contestaram a decisão nas redes sociais e buscaram mudar a situação. Para o teólogo Ronilso Pacheco: “A reação de muitas lideranças evangélicas conservadoras no Brasil com a decisão do ministro Barroso é emblemática da mentalidade colonial e de superioridade moral do fundamentalismo religioso.” 

Uma das formas da perpetuação do fundamentalismo é a chamada “teologia do domínio”, que apregoa que há um inimigo a ser derrotado, mergulhando na lógica da batalha espiritual. Um desses inimigos, para alguns setores evangélicos, é o chamado, falaciosamente, “marxismo cultural”, que serve, como aponta a análise do teólogo Rodolfo Capler, como uma ideologia ultraconservadora para aterrorizar os fiéis de que o marxismo está em curso e quer destruir a família, o cristianismo etc. Rodolfo aborda muito bem a articulação neocalvinista por detrás dessas mentiras, citando os nomes de teólogos como Augustus Nicodemus, Jonas Madureira, Franklin Ferreira, Yago Martins e Pedro Dulce. Para o teólogo: “O que poucos sabem é que, no evangelicalismo brasileiro, o ultraconservadorismo manifestado pelos segmentos pentecostal e neo-pentecostal é derivado dos círculos calvinistas. Dessa forma, o que esses renomados teólogos pregam e ensinam, rapidamente se espraia para o mundo pentecostal, sendo acolhido como tese.” 

Muitos se enganam quando pensam que o fundamentalismo é algo apenas discursivo, ou de linguagem; o fundamentalismo mata, gera ações práticas que infringem os direitos das mulheres, dos negros e negras, da comunidade LGBTQIA+ e de outras minorias, como indígenas e quilombolas. Alguns líderes religiosos evangélicos estão sendo acusados de crimes por suas falas que incitam ódio ou mesmo por corrupção, e acusações sobre abuso e violência sexual. Podemos citar ainda a questão antivacina evangélica no contexto pandêmico. Em matéria a TAB Uol, um casal evangélico de Belford Roxo (RJ), disse que não irá tomar vacina e que cada um deve decidir sobre o uso de máscara: “Antes mesmo do novo decreto, o casal já não usava a máscara e decidiu não tomar a vacina contra a covid-19. ‘Minha vacina é Jesus, ou eu confio, ou não confio. Não peguei covid e nem vou pegar porque confio em um Deus vivo.’”

Outro exemplo é o  caso do tweet do influenciador bolsonarista autointitulado “black power do Bolsonaro”, Maicon Sulivan, de 25 anos, missionário evangélico da Igreja Batista da Lagoinha, dos pastores Andŕe e Ana Paula Valadão, que sugeriu que os fazendeiros atirassem nos militantes do  Movimento SemTerra. “O MST destaca que a postagem do influenciador se baseia em notícias falsas. Segundo o movimento, manifestantes ocuparam em 16 de outubro as margens da BR 118 para reivindicar uma área de assentamento para reforma agrária, sem qualquer ilegalidade.”

Apesar de a Reforma Protestante, que tinha como um dos pontos a separação da Igreja e Estado, ter acontecido há 507 anos, para muitos evangélicos, no Brasil de 2021, é difícil compreender a questão do Estado Laico, como aponta a reflexão do pastor batista André Mira: De um lado, alguns evangélicos brigam e militam por um Brasil onde Estado e Igreja vençam as corrupções, o malfeito e a ausência de caráter tão vivos e atuantes em nossa nação.”

A pesquisadora Christina Vital vem estudando há anos a temática dos traficantes evangélicos, e cita como exemplo o chamado Complexo de Israel, no Rio de Janeiro, liderado por Peixão, filho de umbandista, que “hoje prega a intolerância religiosa nas 5 favelas na Zona Norte sob seu domínio”. Esse processo não acontece somente no Complexo de Israel, mas em diversas partes do Brasil. O discurso fundamentalista gera intolerância e violência religiosa, como casas de rezas indígenas sendo queimadas, assim como terreiros de umbanda e candomblé sendo destruídos ou proibidos de terem suas práticas. Para a pesquisadora Christina Vital: “A intolerância religiosa está profundamente ligada a um processo de manutenção dos poderes político e econômico. Tem que haver uma proposta educacional, ligada à mídia, de fundamento filosófico, com visão de política e de legislação, caso contrário a intolerância irá continuar”, afirmou.

 

Bolsonaro e as eleições

Bolsonaro tem pensado em estratégias políticas para manter seu público evangélico, não mais tão fiel como já fora outrora. Para tanto, tem articulado novamente as pautas “morais” e de “costumes” para manter e animar o eleitorado conservador frente a uma crise econômica, política e social que o país enfrenta.

Rafael Rodrigues da Costa, sociólogo e pesquisador, aponta algumas razões para o declínio do apoio evangélico ao Bolsonaro. Segundo a última pesquisa Datafolha, apenas 29% dos evangélicos consideram o atual governo como ótimo ou bom. Duas razões foram levantadas: a primeira é a questão econômica, visto que “os evangélicos estão entre as religiões que mais concentram trabalhadores informais e pessoas de baixa renda, populações que mais estão sofrendo os efeitos perversos da crise econômica como o desemprego, o peso da inflação nos alimentos, habitação e transportes, além da diminuição no auxílio emergencial.” A segunda razão é a questão política, como os escândalos de corrupção e as  problemáticas com a família. Entretanto, o pesquisador, em entrevista concedida à Sputnik Brasil, analisa que a queda do apoio a Bolsonaro não favorece necessariamente Lula. Os dois candidatos estão em pé de igualdade entre os evangélicos e as campanhas conservadoras têm mais aderência em setores evangélicos do que em progressistas. Ele  alerta: “Muitas vezes uma parte da esquerda, mais intelectualizada, de extratos mais abastados, não entende a importância da igreja e olha apenas para a questão de fé, para os caciques, como Malafaia, Edir Macedo, e sempre trata com este desprezo estes segmentos”.

A temática da liberação dos jogos de azar tem sido motivo de racha entre a bancada evangélica,  o governo e Congresso. Como o deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP),   líder evangélico bolsonarista, disse: “Minha posição contrária à legalização dos jogos de azar continua a mesma, sou visceralmente contra, e por se tratar de princípios, não mudará jamais”.

 A Igreja Universal do Reino de Deus e suas questões com as filiais em Angola, somado a não concretizada indicação do bispo da igreja, Marcelo Crivella, como embaixador da África do Sul, enfraqueceram a relação com o atual presidente. A Record tem tecido diversas críticas ao governo em reação a essas questões mal resolvidas.

Nessa corrida, Bolsonaro tem reforçado as articulações com lideranças evangélicas. Neste mês esteve presente, junto ao pastor presbiteriano e indicado ao STF André Mendonça, na Convenção Geral da Assembleia de Deus em Manaus, onde reuniu mais de 1.100 pessoas. Bolsonaro tem feito agrados ao seus aliados, como o passeio “turístico militar” para o qual levou Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e o seu chofer no ato de 7 de setembro, o ex-piloto Nelson Piquet, para uma noite no Aeródromo Multipropósito Atlântico, da Marinha, no Rio de Janeiro, em plena crise econômica. Não é a primeira vez que a família Bolsonaro se utiliza de recursos das Forças Armadas para turismo.

 

Ministros de Bolsonaro

Damares Alves

A pastora batista e ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, tem sido investigada pelo pouco uso dos recursos disponíveis à pasta, gastando apenas 44% dos orçamentos previstos pelo Ministério. Os programas governamentais de proteção às mulheres e o combate à violência de gênero requerem muito mais do que foi gasto no último ano. Ao mesmo tempo, Damares fez uma cobrança pública ao ministro da Economia, Paulo Guedes, por mais recursos em sua pasta.

O trabalho do Ministério tem sido feito de maneira precária, pelo não uso dos recursos e pela péssima gestão. Um exemplo: a ministra resolveu criar um grupo sobre a classificação de filmes e séries na TV, só que já existe um coordenado pelo Ministério da Justiça, o Comitê de Acompanhamento pela Sociedade Civil para a Classificação Indicativa, o Casc, que está sem se reunir desde 2019.

No mês em que tivemos o veto de Bolsonaro para a distribuição gratuita de absorventes a mulheres de baixa renda, Damares saiu em defesa do presidente, questionando: “Hoje a gente tem que decidir, a prioridade é a vacina ou é o absorvente?”

Novamente temos o uso de aeronaves das Forças Armadas Brasileiras para caronas e afins. Damares levou sete parentes de Michelle Bolsonaro em voo da FAB para São Paulo. “Avião foi solicitado para ida a evento do governo; à noite, ministra e primeira-dama foram a festa de amigo influencer.”

 

Milton Ribeiro

O pastor presbiteriano e ministro da Educação, Milton Ribeiro, participou do evento cristão “Simpósio Cidadania Cristã”, e disse que seu cargo no ministério da Educação “é muito mais espiritual, que político”. A fala traz muito da sua atuação na pasta, principalmente nos aspectos da defesa de uma “moral cristã”, propagandeando as falácias da ideologia de gênero.

A Câmara Municipal de Niterói votou e rejeitou a proposta de conceder uma moção de aplausos ao ministro da educação, Milton Ribeiro. A iniciativa foi do vereador bolsonarista Douglas Gomes (PTC) e recebeu 12 votos contrários”, reporta o site O São Gonçalo.

Esse ano está sendo celebrado o centenário de Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, entretanto, o MEC não mencionou uma só palavra sobre isso. Aliás, quando algum dos seguidores de Bolsonaro abre a boca para falar de Paulo Freire é sempre com tons de menosprezo ao seu legado. Milton Ribeiro, que sequer tem a coragem de mencionar o nome do educador, quando o faz tece críticas, como em uma audiência pública na Câmara, em um debate com o presidente da UNE. 

O pastor teve um encontro com as “mães do agro”, em que foi discutida a imagem negativa que os livros didáticos passam sobre o agronegócio. O grupo afirmou que os livros “discriminam o agronegócio”. Em resposta, Ribeiro afirmou que “a equipe avaliadora dos materiais didáticos do MEC terá integrantes que entendam de agropecuária”.

 

A peregrinação de André Mendonça ao STF

Nos últimos meses temos acompanhado a saga do pastor presbiteriano, ex-ministro da Justiça e ex-advogado geral da União, para o cargo no Supremo Tribunal Federal. Entretanto, a disputa para a indicação de Bolsonaro de alguém “terrivelmente evangélico” continua, visto que, a sabatina, que era esperada até mesmo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para outubro,   não ocorreu.

No mesmo evento que contou com a participação do ministro da Educação, o Simpósio Cidadania Cristã, Bolsonaro defendeu André Mendonça afirmando: “tem uma bagagem cultural imensa. Sabe tudo sobre Direito e é evangélico, ou melhor, terrivelmente evangélico”. O fato de ainda não ter ocorrido a sabatina vem irritando Bolsonaro, que disse: “Três meses lá no forno o nome do André Mendonça. Quem não está permitindo é o Alcolumbre, uma pessoa que eu ajudei na eleição dele”.  

No mês passado, relatamos que diversas lideranças evangélicas têm criticado a posição do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) pela demora em marcar a sabatina.  Entretanto, não é apenas Alcolumbre que tem se mostrado indisposto nesse processo, o próprio ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido para obrigar o Senado a pautar a sabatina, apontando que isso é pauta interna do Senado. Líderes evangélicos programam protestos pelo país caso  Alcolumbre não defina ainda em novembro uma data para a sabatina de Mendonça.  O Governo Federal também tem pressionado Alcolumbre para destravar a sabatina e quer uma reunião com o senador.

 

Teologia do Domínio

Em outubro foi  sancionada uma lei, pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que declara o movimento pentecostal, ou pentecostalismo, como patrimônio imaterial do estado; trata-se da lei nº 4431/2021. O projeto de lei foi escrito pelo deputado Samuel Malafaia (DEM), irmão do pastor Silas Malafaia.  Este último, inclusive, seria indiciado na CPI da Covid-19, entretanto, nos últimos instantes seu nome foi retirado, pois avaliaram que “o pastor usaria a eventual citação de seu nome no relatório final para seguir uma espécie de ‘cruzada religiosa’ contra a CPI.”

 

Teologia da Prosperidade e a Igreja Universal do Reino de Deus

A relação da Igreja Universal do Reino de Deus com a chamada criptomoeda não é algo novo, entretanto, tem gerado diversas polêmicas e discussões pela quantidade de pastores envolvidos e afastados pela prática ilegal de pirâmide.Um dos casos envolve o ex-garçom e ex-pastor Glaidson Acácio dos Santos, proprietário da empresa GAS Consultoria Bitcoin, que doou R$ 72,3 milhões à IURD; ele está preso por manter uma estrutura de pirâmide financeira com criptomoedas”. A IURD em Teresina está sendo investigada por irregularidades em diversas frentes pelo Ministério do Trabalho, como a sonegação de direitos trabalhistas assegurados em lei.

Outro escândalo envolvendo grandes quantias de dinheiro e a IURD foi a denúncia feita para a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) de que um pastor teria desviado, em sistema de lavagem de dinheiro, cerca de R$30 milhões da igreja. “Segundo a IURD, o pastor teria direcionado contratos para uma construtora localizada em Portugal. Ele também estaria lavando dinheiro em solo estrangeiro.” Outra acusação de roubo que a PCDF tem investigado é um esquema de desvio de dízimos dos fiéis da IURD:  12 ex-pastores teriam roubado cerca de R$ 3 milhões em dízimos pagos à instituição.

 

Gênero e diversidade sexual

A bandeira mais forte do fundamentalismo religioso e conservadorismo é a pauta anti-gênero e antidiversidade sexual, a conhecida falácia da ideologia de gênero, muito divulgada no governo Bolsonaro. Os projetos conservadores do atual governo têm fragilizado ainda mais os direitos LGBTQIA+ .

Após se incomodar com a divulgação do Superman bissexual da DC Comics e  destilar homofobias, o jogador de basquete Maurício Souza, recebeu diversos apoios evangélicos, incluindo do pastor Silas Malafaia, que afirmou que “a censura no século XXI é pior que o fascismo, nazismo, comunismo e radicalismo islâmico”, do pastor da Igreja Batista da Lagoinha em Belo Horizonte, André Valadão e da Anajure, que argumentou acerca da liberdade de expressão.

 

Contra-narrativas

As resistências continuam gritando contra os abusos do desgoverno Bolsonaro, entre eles os evangélicos. No dia 2 de outubro, entre os protestos contra o governo, Samuel Oliveira, integrante da Bancada Evangélica Popular, diz em alto e bom tom: “Os evangélicos não são capachos do Bolsonaro (…). Não somos um único bloco, somos muitos”.  O pastor Ribamar Passos, que lidera a frente da coalizão evangélica contra Bolsonaro, abriu o ato, e disse: “Estamos aqui na rua para dizer que, com muita força e luta, nosso povo vai expulsar esse demônio da Presidência. Esse demônio que está causando fome, morte, solidão e desalento ao nosso povo. Isso não combina com a nossa fé”. Simony dos Anjos, articuladora da coalizão, explica que o grupo reúne diversos coletivos contrários ao presidente, como a Frente Evangélica pelo Estado de Direito, Cristãos contra o Fascismo, Rede de Mulheres Negras Evangélicas, entre outros. “Nos juntamos para fazer intervenções nos atos com o objetivo de nos contrapor aos evangélicos que apoiam o governo”, afirmou Simony.

No Rio de Janeiro, a Nossa Igreja Brasileira, com apoio da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, promoveu em outubro um culto ao ar livre, onde foram abordadas inúmeras críticas ao governo. O pastor Ariovaldo Ramos disse: Nenhuma opressão tem a bênção e a anuência de Deus. Não importa quantas vezes usem Seu nome para oprimir. Deus derrotou o opressor para que nós nos manifestemos contra as expressões opressoras. Deus não apoia a ditadura, Deus não apoia a tortura, Deus não apoia ditador. E o Brasil de hoje vive um Estado de opressão. O pior é muita gente dizer que isso é a vontade de Deus. Não é”. Outra experiência tem sido as igrejas afirmativas LGBTQIA+, que têm promovido palestras e cursos acerca da diversidade de gênero e sexualidade, e testemunhos de cristãos LGBTQIA+ sobre a espiritualidade e fé.

Todo mês a partir de outubro, o pastor progressista Zé Barbosa irá entrevistar evangélicos de luta no empenho de demonstrar que os evangélicos não são um bloco homogêneo. O primeiro entrevistado foi o pastor Ricardo Gondim que teceu diversas críticas aos evangélicos que se renderam ao bolsonarismo e ao projeto de poder envolvido nessas relações.

A pesquisadora do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social Angelica Tostes apontou, em coluna na Carta Capital, as raízes do preconceito contra os pentecostais no contexto brasileiro: “Muitos pesquisadores e pesquisadoras têm apontado que o preconceito contra evangélicos pentecostais está assentado em um racismo estrutural e na aporofobia – preconceito contra os pobres.”