Dossie

Em 1973, os trabalhadores da cidade industrial portuária de Durban iniciaram uma série de greves, marcando o fim de um período de relativa tranquilidade que se seguiu a uma tremenda repressão estatal. As greves iniciaram um processo de sindicalização que, em uma década, tornou-se a base de um movimento democrático de massas mais amplo que mobilizou milhões de pessoas em locais de trabalho, comunidades e instituições educacionais nas formas de contrapoder que derrubaram o apartheid. Este dossiê põe o foco nos trabalhadores cuja contribuição política acabou por ser decisiva.

Este dossiê apresenta uma síntese sobre o caminhar tortuoso da religião cristã na América Latina e o fundamentalismo em ascensão, desde seu surgimento nos EUA – e como ele serviu enquanto uma ferramenta de um projeto de poder imperialista – até a atual projeção nas políticas na região e suas principais bandeiras, como as pautas anti-gênero, anticomunista e antidemocráticas.

Em uma entrevista com R. Chandra, este dossiê discute o papel estratégico da pesquisa de campo militante na luta da Associação Democrática de Mulheres de Toda a Índia (AIDWA) contra a opressão de castas, o patriarcado e a exploração econômica. As pesquisas da AIDWA e as mobilizações que geraram aprofundaram a compreensão dos membros sobre a realidade da opressão de castas. Na pesquisa, os militantes encontraram uma ferramenta poderosa para fundamentar e sistematizar suas próprias experiências cotidianas, obter insights mais novos e mais amplos e entender a anatomia da opressão de gênero entre diferentes setores das mulheres.

O poder assimétrico entre o Norte e o Sul Global se expressa por meio de uma nova lógica de subordinação e periferização que não se refere exclusivamente ao intercâmbio desigual de mercadorias manufaturados versus bens primários como outrora, mas ao controle do próprio processo de realocação e integração assimétrica das diferentes regiões em Redes Globais de Produção dando lugar a diferenças distributivas substanciais, mesmo no quadro de processos de industrialização acelerada da periferia.

Com o fracasso do capitalismo em abordar as questões básicas de nosso tempo, as persistentes mazelas da fome e do analfabetismo que nos olham nos olhos, tornou-se mais urgente do que nunca recuperar tradições que se baseiam em uma abordagem científica e trazem o desejo sincero enfrentar os dilemas da humanidade. Analisando as tradições do marxismo de libertação nacional em dez teses, o dossiê n. 56 resgata as bases da práxis revolucionária que permite avaliações mais reais de nossos tempos, uma interpretação mais fina do imperialismo contemporâneo que pode avançar na construção de um mundo socialista.

Quatro décadas atrás, trinta e dois telugos se tornaram mártires na luta para construir uma siderúrgica pública na cidade indiana de Visakhapatnam. Hoje, diante de um governo que quer privatizar a usina siderúrgica de Visakhapatnam, o povo e os trabalhadores se uniram na luta para manter sua usina siderúrgica no setor público. Nosso dossiê n. 55 conta uma história heróica de sobrevivência em face da desmoralização induzida pelo Estado.

A partir de uma análise do cenário mundial, este dossiê resgata o trabalho do comunista italiano Antonio Gramsci para as atuais trincheiras de luta, reforçando o papel central da Batalha de Ideias. Para isso, entrevistamos Neuri Rossetto, da coordenação nacional do MST, que discute as experiências sociais contemporâneas que bebem dessa fonte e que conseguem, na vida concreta, construir as sementes de esperança de um novo mundo.

O Dossiê 53 discute a questão da terra na África do Sul, analisando para o papel dos fazendeiros brancos que há muito se beneficiam do trabalho de trabalhadores rurais negros explorados.

A partir de um relato histórico sobre a situação dos trabalhadores rurais, argumenta que aqueles que trabalham na terra são os que merecem ser seus principais beneficiários, mas, em vez disso, foram excluídos dos lucros e da estabilidade da posse da terra por gerações. Diante dessa realidade, o dossiê n. 53 discute como seria uma agenda de reforma agrária que centralizasse as perspectivas e necessidades dos trabalhadores rurais.

Em 2 de maio de 1942, centenas dos principais escritores, artistas e líderes comunistas da China se reuniram para discutir as principais questões culturais da época. O histórico Fórum Yan’an sobre Literatura e Arte durou três semanas. Por que dezenas de milhares de artistas e escritores viajaram para a remota cidade de Yan’an durante esses anos? Por que a cultura foi tão central para a construção política? Como os desenvolvimentos intelectuais ajudaram a levar o povo e a nação chineses à revolução? Oito décadas depois, que relevância tem o espírito Yan’an, especialmente para artistas, escritores e intelectuais que buscam servir às lutas do povo hoje?

Estudos

Mudanças globais significativas surgiram desde a Grande Crise Financeira de 2008. Isso pode ser visto em uma nova fase do imperialismo e nas particularidades de oito contradições, resumidas em nosso último texto.

Esta publicação feita em parceria entre o Instituto Tricontinental e Alba Movimentos, inicia um caminho para recuperar a história de lutas, resistências, insurreições, e sonhos revolucionários que foram liderados por mulheres e pessoas LGBTQ+ em toda a região em diferentes épocas para encontrar as sementes dos feminismos populares latino-americanos que existem hoje. Selecionadas e produzidas por militantes feministas populares na América Latina e no Caribe, essas histórias continuam a nos inspirar até hoje.

Catástrofes de um tipo ou de outro irradiam da Ucrânia, incluindo uma inflação galopante e fora de controle. Áreas do mundo que não são parte direta do conflito estão sendo duramente atingidas por crescentes pressões econômicas, com a agitação política como consequência inevitável. Nesse contexto, o Peace and Justice Project, instituto de pesquisa liderado por Jeremy Corbyn, juntou-se ao Instituto Tricontinentalde Pesquisa Social e dois parceiros de mídia, Globetrotter e Morning Star, para produzir uma série de reflexões sobre o desdobramento dos conflitos em relação à conceitos de não-alinhamento e paz.

Este estudo explora como o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde construiu um novo sistema de ensino durante a luta pela libertação nacional.

A lutadora popular equatoriana Nela Martínez (1912-2004) foi fundamental nas lutas da classe trabalhadora e das mulheres. Militante comunista e internacionalista, participou na formação da Federação Equatoriana de Índios e teve um papel central na insurreição A Gloriosa (1944). Membro do Comitê Central do Partido Comunista do Equador, liderou a criação de organizações de mulheres como a AFE e a URME. Sua biografia política entrelaça as  lutas das mulheres com as lutas anticapitalistas, antifascistas, antirracistas e anti-imperialistas.

Em 25 de fevereiro de 2021, o governo chinês anunciou que a pobreza extrema havia sido abolida na China, um país de 1,4 bilhão de pessoas. Essa vitória histórica é o culminar de um processo de sete décadas que começou com a Revolução Chinesa de 1949. Este estudo analisa o processo pelo qual a China foi capaz de erradicar a pobreza extrema como uma etapa fundamental na construção do socialismo.

“Reerguidos das ruínas”, a primeira edição da nova série de Estudos sobre a República Democrática Alemã (RDA), aborda a fundação da RDA após a Segunda Guerra e reconstrói seu desenvolvimento de um Estado democrático antifascista para um de natureza socialista. O estudo aborda a eficiência econômica da RDA, suas conquistas e contradições, enquanto destaca aspectos centrais de sua sociedade socialista como a organização coletiva em empresas estatais, a economia planejada e o internacionalismo.

Este estudo aborda a vida e o legado de Kanak Mukherjee, uma lutadora popular que nasceu em Bengala (Índia), em 1921. A rica trajetória de sua militância nos ensina sobre a história das mulheres que se dedicaram a lutas locais, nacionais e internacionais que fizeram conexão entre as lutas pelos direitos das mulheres às mobilizações anticapitalistas e anti-imperialistas por todo o século 20.

Em meio ao aumento exponencial do desemprego, da fome e da miséria no Sul Global, mulheres tentam lidar com uma nova realidade agravada pela pandemia.
Este estudo analisa a condição das trabalhadoras da linha de frente da saúde; o processo de pauperização e descaso em que foram imersas as trabalhadoras domésticas e informais; os despejos criminosos de famílias em todo o mundo; a crescente onda da violência doméstica; e ainda o incansável fardo do trabalho do cuidado gratuito em casa.
Ao final, apresentamos as demandas de mulheres e organizações feministas para a construção de um mundo mais justo, humano e igualitário.